20 de novembro de 2009

Verdade desportiva



Pergunta: Quem é que ainda pode não concordar com a introdução das novas tecnologias na arbitragem?

Reposta: Quem ainda consegue tirar benefícios (e quando falamos em benefícios, tudo desemboca em dinheiro) pelas coisas continuarem a passar-se e a resolver-se numa espécie de caixa obscura.

Agora, vamos todos apontar dedos, porque é assim que se eliminam as ovelhas más.

12 de novembro de 2009

Parlamento à la Italiana



Dizem que se chama Sofia Cabral e que é a mais jovem deputada do PS Setúbal. Grande estreia! Aposto que nos próximos 4 anos vai haver um bocadinho menos de faltas não justificadas.

21 de outubro de 2009

José Berlusconi

Ainda que fosse (que seja, vá, até dou isso de barato) verdade a influência de Sócrates no “caso TVI”, tentar comparar isso ao que se passa na Itália de Berlusconi (sim, porque lá aquilo é mesmo dele!) é um exercício infantil e predestinado ao descrédito.

Tentar levar isso para Bruxelas então… parece birra de meninos mimados!

30 de agosto de 2009

O “não assunto” do Liedson na Selecção



Pronto, está o caldo entornado!

A discussão do momento, a menos de um mês das, porventura, eleições mais importantes das últimas décadas, é a concordância ou não da convocatória do Liedson à Selecção.

Aliás, o mundo do futebol é perito em arranjar “não assuntos” para discutir e ocupar carradas de jornais e programas de televisão. Tudo para evitar discutir os “assuntos reais”.

Ora, sendo este um “não assunto”, nem sei o que me deu para escrever este post, mas eu nunca disse que era coerente!

Então, há apenas duas coisas que gostava de dizer sobre “isto”:

- O Liedson é cidadão português? É. Quem duvidar disso, que vá estudar a lei.

- O Liedson é um bom (excelente) jogador, que joga numa posição que faz muita falta à Selecção Nacional. É. Quem duvidar disso, não percebe nada de futebol. Ou então é do FCP ou do Benfica e, então, não está habilitado a ter uma discussão séria.

Caso encerrado para a questão legal e técnica. Acho, por exemplo, muito mais questionável o facto dos seleccionadores poderem ser estrangeiros.

Discutir especificamente o questão do Liedson é perder tempo e oportunidade para discutir os assuntos de fundo que levam a estes "não assuntos". Mas isso não deve vender jornais nem programas de televisão, por isso vamos brincando com os “não assuntos” para entreter o povo no regresso no centro comercial.

Força levezinho! E que marques muitos que bem precisamos... nem que seja só por mais dois anos.

22 de agosto de 2009

Papagaios da crise e desemprego

Tenho ouvido alguns políticos que, quais papagaios, têm repetido vezes sem conta a história do Primeiro Ministro ter “decretado o fim da crise” - como eles gostam de dizer para parecerem espertos - na véspera de ser anunciado o maior número de desempregados desde há não sei quantos anos. E fazem-no numa tentativa de passar a mensagem de que o homem e o seu governo querem enganar o povo dizendo aquilo quando se verifica isto.

Ora, quem usa deste discurso ou é pouco inteligente ou é pouco sério, duas características que eu consideraria fundamentais para ocupar uma posição relevante pública ou privada.

É que tentar fazer este tipo de raciocínio demagógico não ajuda em nada o país e os tais não sei quantos mil desempregados. Mas é bem capaz de trazer alguns votos. Política, a quanto obrigas!

Para os mais impressionáveis pelos discursos dos papagaios, passo a explicar, tentando ser claro e objectivo.

- Com maior ou menor intensidade (os analistas e comentadores que se entretenham a discutir isso), é certo que o colapso do sistema financeiro, conforme o conhecíamos até hoje, e a crise mundial instalado afectou também a economia portuguesa. Ou seja, era inevitável, qualquer que fosse a pessoa e a cor política no poder.

- Vários lideres mundiais, analistas, consultoras e toda essa panóplia de gente que se ocupa de escrever profecias auto-realizadoras já fizeram saber que acreditam que a crise atingiu o seu máximo ou, por outras palavras, que a economia está a começar a recuperar. Não, o Sócrates não foi o primeiro.

- É normal, aliás é mesmo óbvio, que a economia e o emprego demoraram e demorarão a reagir ao “fim da crise” (a mim, cheira-me que muito mais do se espera, mas eu não sou analista nem consultor). Parece-me lógico e evidente que se a crise acabou “ontem”, os empregos não aparecem todos “hoje”. Aliás, é bem possível que “amanhã” ainda haja alguns despedimentos por efeitos da crise. Há um lag temporal de causa-efeito.

- Por isso, dizer que “a crise acabou” quando o desemprego atinge o seu máximo não é, de todo, uma contradição ou uma afirmação menos séria ou enganadora. Se acabou é porque atingiu o seu máximo. É pois natural que desemprego também.

Fui claro?

4 de agosto de 2009

Praxes de merda (literalmente)

O Tribunal da Relação de Évora confirmou a condenação de uns palermas quaisquer que esfregaram bosta de porco na cara de uma caloira.

O caso remonta a Outubro de 2001. A sentença da primeira instância saiu em Maio de 2008. Para os mais distraídos, estamos em Agosto de 2009. As penas são multas que variam entre os 640 e os 1600 Euros.

Em primeiro lugar, acho uma idiotice alguém se sujeitar às pseudo-praxes (des)organizadas dessa cambada de morcegos desocupados que anda a arrastar o cú pelos bancos da faculdade. E, não me venham com tangas, só para lá vai quem quer! É como as tropas especiais… só se deixa convencer quem quer.

Em todo o caso, a inocência dos caloiros não pode servir de desculpa para este tipo de abusos e violência.

Se eu fosse pai ou irmão dessa rapariga, tinha dado ou mandado dar um excerto de porrada a esses imbecis, logo em 2001. E, pronto, acho que a justiça teria ficado melhor servida. Rápida e eficientemente.

Ou alguém me poderia condenar por isso?

Caloiros, revoltem-se! Não vão! Mandem os “doutores” à grande merda (com todo o respeito) e vão mas é aproveitar os últimos dias de praia!

Ver noticia do JN aqui.

4 de julho de 2009

Os cornos da Assembleia

O episódio dos “cornos” e a consequente demissão do ex-ministro Manuel Pinho é apenas o corolário da palhaçada de insultos e acusações pessoais que se passa diariamente na Assembleia da República. Uma espécie de show, de que todos são cúmplices, montado para (pelo menos assim parece) evitar discutir, de forma produtiva, assuntos realmente importantes para o país. É que defender posições e tomar decisões é tramado e acarreta sempre alguma responsabilidade…

Na minha opinião, o gesto nem sequer era causa para demissão ou despedimento. O homem perdeu momentaneamente a cabeça e foi, no máximo, malcriado. E daí!? Não foi nada que nunca se tivesse visto naquela sala. Homem que é homem, e que defende causas justas, zanga-se com os seus oponentes, dá murros na mesa, faz “cornos” e “piças” e, se for preciso, ainda sai na porrada!

O mais grave de tudo, é que eu vi naquela entrevista à SIC Noticias um Ministro independente (tendo a gostar dessa malta que não deve nada a máquinas partidárias e interesses ideológicos), com alguma competência e que conseguiu algumas coisas importantes… mas fartinho desta merda toda e feliz por deixar o governo e a vida pública. E isto vai acontecer mais vezes, até que restarão apenas as ratazanas políticas, que acham que o país se gere à custa de exercícios de retórica e habilidades de semântica.

E aí, eu quero ver quem são os cornudos.

1 de julho de 2009

Madoff apanha 150 anos

Quando em Portugal começar a haver julgamentos rápidos, com penas que se vejam e que sejam efectivamente para cumprir independentemente do “poder” do condenado, então, quem sabe, talvez um dia, eventualmente, poderei voltar a acreditar na justiça dos tribunais.

Até lá, que impere a lei da rua.

30 de junho de 2009

Quem é o Cidadão Kapa

O Cidadão Kapa é um super-herói dos tempos modernos.

Uma vez que não tem poderes especiais como conseguir ver através de paredes, voar sobre edifícios altos ou força de braços suficiente para parar meteoritos, utiliza outros recursos para fazer justiça.

Na vida real, é um homem comum. Como qualquer outro, passa os dias sentado no fundo da sua cadeira de escritório, a olhar horas infinitas para um ecrã de computador e a manter a sua secretária devidamente desarrumada, na esperança de parecer sempre ocupado e não ser chamado para fazer alguma coisa realmente importante. Só fala quando lhe perguntam directamente alguma coisa e, mesmo assim, prefere não se alongar muito e não fugir das correntes de opinião tradicionais e aceites pela maioria, não vá o diabo tecê-las.

Mas ao final do dia, ao bater das 18:00 e nem mais um minuto, veste a sua capa de super-herói, senta-se ao volante do seu computador portátil e combate, com entusiasmo e fervor, todas as injustiças do mundo. De capa vestida, o seu ego e auto-confiança crescem vertiginosamente e a sua capacidade de argumentação, intervenção e influência é capaz de levar empresas à ruína, iniciar guerras, ou derrubar governos.

Mais do que em grupos organizados, associações, confrarias ou partidos políticos, o Cidadão Kapa acredita no poder que cada um tem, individualmente, para mudar o mundo. Passo a passo, acção a acção. Tende a não confiar na justiça dos tribunais comuns, tem medo de ser tratado em hospitais públicos e tirou um curso por correspondência para evitar as Provas de Aferição.

Não tem preferenciais clubistas nem cor politica. É assumidamente agnóstico e, apesar de algumas coisas lhe meterem impressão, respeita a sexualidade e as opções de vida de cada um.

Tem, por tudo isso, uma opinião isenta sobre tudo e mais alguma coisa. E, mesmo quando não tem, arranja! O importante é que nada o fará calar.

Sobre o Cidadão Kapa

O Cidadão Kapa é um super-herói dos tempos modernos. Uma vez que não tem poderes especiais como conseguir ver através de paredes, voar sobre edifícios altos ou força de braços suficiente para parar meteoritos, utiliza outros recursos para fazer justiça. Ver mais

Email: cidadaokapa@gmail.com